A Corrida do Ouro Lunar: Por que Minerar a Lua Pode Ser Mais Lucrativo que Asteroides

A Corrida do Ouro Lunar: Por que Minerar a Lua Pode Ser Mais Lucrativo que Asteroides


Em algum ponto do futuro — caso a ficção científica continue moldando nossa realidade — é bastante provável que a humanidade se aventure pelo Sistema Solar em busca de riqueza mineral. A ideia de minerar asteroides já aparece há décadas em livros, filmes e estudos sérios, prometendo um novo eldorado cósmico recheado de metais preciosos como ouro, platina e paládio. Mas, segundo um novo estudo, talvez nem seja preciso ir tão longe. Nosso satélite natural, a Lua, pode ser um verdadeiro cofre espacial... e as chaves estão em suas crateras.

A Lua: Um terreno acidentado e promissor

Quem já observou a Lua com atenção percebeu sua superfície cravejada de crateras. A imagem romântica da "coitada da Lua" sendo bombardeada por bilhões de anos por meteoros esconde um segredo valioso: essas crateras podem conter os restos de asteroides ricos em metais preciosos.

Um estudo de 2020 mapeou mais de 109 mil novas crateras apenas nas regiões de baixa e média latitude da Lua. Cada uma delas representa um impacto — e, potencialmente, um depósito de riquezas.

Segundo a NASA, uma cratera lunar se forma quando um asteroide, meteoroide ou cometa colide com a superfície a velocidades supersônicas. A energia gerada pelo impacto, somada às características do solo e ao ângulo da colisão, define o tipo e a profundidade da cratera. E aí entra o ponto-chave: dependendo da velocidade e composição do objeto impactante, parte dos minerais preciosos pode permanecer próximo à superfície.

Tesouro enterrado (quase) à vista

Inspirada por um estudo de 2014 do astrônomo Martin Elvis, uma nova equipe liderada pelo pesquisador independente Jayanth Chennamangalam decidiu aplicar modelos estatísticos para estimar quantas dessas crateras lunares poderiam conter quantidades significativas de metais preciosos.

A tarefa foi complexa: envolveram cálculos de probabilidade, análise de composição de asteroides e avaliação da viabilidade econômica de exploração. O resultado surpreende até os mais otimistas: cerca de 6.500 crateras lunares podem conter metais do grupo da platina em quantidades comercialmente exploráveis.

Os pesquisadores também estimaram a presença de água em minerais hidratados — outro recurso valioso para uma futura economia espacial. Mesmo considerando um cenário mais conservador, com crateras maiores que 5 km, o número de possíveis depósitos supera em até 100 vezes a quantidade de asteroides próximos à Terra considerados viáveis para mineração.

A mineração lunar é o futuro?

De acordo com Chennamangalam, o valor estimado dos metais presentes na Lua pode ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão. Um número astronômico — literalmente — que poderia transformar completamente o cenário da exploração espacial.

“Hoje, a astronomia é movida principalmente pela curiosidade e depende de financiamento público”, disse Chennamangalam à New Scientist. “Mas se conseguirmos monetizar os recursos espaciais — seja em asteroides ou na Lua —, as empresas privadas terão forte incentivo para investir na exploração do Sistema Solar.”

E os robôs? Bem...

Seja para beneficiar a humanidade ou para garantir uma vantagem na eventual rebelião de nossos futuros senhores robôs (risos nervosos), uma coisa é certa: a Lua pode ser o primeiro grande passo da mineração espacial. E ao contrário dos asteroides que flutuam no espaço profundo, ela está bem ali, ao alcance da próxima geração de foguetes e sonhos. 

Fontre: IFLScience

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